quinta-feira, 31 de março de 2011

Incontrolável tentação

    Ela sempre desejava, em sua cabeça quase sempre imaginava... como seria se eles apenas se beijassem?
    - Um beijo e provo que te mereço! - Era o que gostaria de ter dito naquele dia, mas se conteve no - Oi! - assim, envergonhado, quase sem som.
    Apostava como com apenas um beijo conquistaria aquele garoto, o intocável (por ser melhor amigo de seu ex) e seu vizinho, Roberto.
    Novo dia, outra vez o Sol brilhando no céu, plena sexta-feira e logo pela manhã se encontram.
    - O que vai fazer hoje a noite? - disse ela, tentando puxar um assunto.
    - Oi! Bom dia né?
    - Seu bobo, bom dia!
     - Bom, acho que vou sair com meus amigos, sei lá, dar um volta por aí, espairecer a cabeça, curtir um pouco! E você?
    - Acho que vou ficar em casa mesmo, não tenho nada melhor para fazer.
    - Vem com a gente então!
    - Ah Beto, não sei não, não conheço ninguém e você sabe como sou tímida!
    - Pare de lenga lenga, às 10 horas, em frente a sua casa. Combinado? Combinado.
    Na hora certinha lá estava Larissa, toda arrumada, perfumada, vestida para impressionar. Ao cumprimentá-lo tentou tirar uma casquinha, um abraço, só para sentir seu perfume, ficou querendo.
    A noite toda foi igual, os dois de canto, falando sem parar, conversando sobre tudo que se possa imaginar, rindo até sem motivo. Era obvia a afinidade e a alegria por estarem juntos.
    - Você chega a me irritar às vezes, sabia?
    - Mas porquê La? O que eu fiz?
    Já arrependida de dito o que estava pensando, respondeu:
    - Nada não, Beto! Eu estava brincando!
    - Não pareceu. Vai, fala logo, linda!
    Ela tremeu, o 'linda' atingiu em cheio seu coração e por um segundo achou que aquele era o momento certo e ainda meio sem querer falou:
    - Você é insuportavelmente amável. Você me irrita porque canta incrivelmente bem, gosta do mesmo tipo de músicas que eu. Me irrita porque conta piadas que ninguém além de nós dois riria. Me irrita quando debate comigo, acabando com meus argumentos e sempre me convencendo no fim. Me irrita porque me encanta até sem fazer nada. Me irrita quando passa e me obriga a virar, até mesmo gritar só para eu ter o ar da sua graça.
    - Do que voce está falando?
    - Ah Beto, cansei de ficar guardando isso para mim.
    - Isso o que? Você é louca mesmo!
    Roberto sente então uns lábios macios beijarem sua boca, delicadamente, vagarosamente, como se estivessem aproveitando cada segundo. Era sem dúvida um beijo apaixonado.
    - Beto, não aguentava mais te ver todo dia, desejá-lo todo dia e toodo dia ter de ir embora pensando um jeito de chegar onde desejo desde que te conheci. Eu queria e precisava de um beijo seu, ou então, continuaria passando as noites acordada, pensando em você.
    - Nunca imaginei que isso pudesse dar certo, mas já faz um tempo que não consigo esquecer esse seu jeito de me olhar.
    Se abraçaram, e por um tempo ficaram ali, debaixo a luz da Lua só curtindo o momento, que era deles, e de mais ninguém. A tentação chegava ao fim, o amor ia se espalhando pelo ar.

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