sábado, 25 de agosto de 2007

Espelho distorcido

Sexo feminino, nome de bruxa, ou melhor, de rainha das trevas, Elvira, Reininger, seu estilo de vida, quer dizer, seu sobrenome.


Pé gordo (como tudo), com unhas vermelhas e rosinha embaixo; perna grossa, ou gorda, como preferir, e branca, beeem branca; barriga gordinha, na medida certa, e um umbigo amado; peitos... hmm... dois pra ser exata; braços fofinhos, com pelinhos loiros e um (duas, na verdade) citatriz, pra enfeitar, eu diria; mão gordinha e rosa, assim como os pés, e as unhas vermelhas para combinar com o mesmo; pescoço, branco, só pra variar e, um pouco sensível; rosto abreviado para uma das sete maravilhas do mundo, ou, presente do diabo, depende do ponto de vista, mas eu apresentaria mais ou menos assim: queixo gordo, com uma pintinha, boca nem um pouco carnuda, lábios macios, nariz de batata, bochechas lisinhas e beeem gordas e, "pa acaba", um par de olhos, na cor nem isso nem aquilo, do nome bonito que ela adora dizer… castanho esverdeado. E bom, ainda tem o cabelo, ruim, disfarçado, quase sempre preso, xuquinha roxa, apelidado de... ram... leãozinho!...


No pé quase sempre all star, preto, branco, azul, roxo, vermelho, verde, laranja, o que vier ta bom, mas como gosta de variar, vira e mexe usa seu adidas ou seu freeday, não que a marca faça alguma diferença. Usa também havaiana, preta ou marrom, mas só quando está com a unha feita ou morrendo de preguiça de calçar o tênis.


Nas pernas tem pra todos os gostos. Adora uma boa calça jeans, de boca justa, mas como é revoltada com seu guarda roupa aderiu à moda (sua própria moda) do moleton e, quando está de bem com a vida, quer dizer, de bem com suas pernas, não dispensa um short, esteja calor, ou não.


Em cima, camiseta, lisa ou estampada, não importa, mas, na realidade, está sempre de casaco, de preferência com capuz.


Sua cor, o preto;


Sua música, a boa;


Sua bebida, o suco;


Sua comida... todas;


Seu hobbie, dormir;


Seu amor, o maior;


Sua família, a melhor;


Seu gosto, é qualquer um;


Seu sorriso, amarelo;


Seu medo, perder;


Seu orgulho, existir;


Seu sonho, um a cada dia;


Sua vontade, dez a cada minuto;


Sua ignorância e raiva, constantes;


Sua saudade, cotidiano;


Sua lembrança, parte do presente;


Seu retrato, aquele, meio tremido;


Seu filme, Um motivo para viver;


Seu motivo, aquele que lhe faz feliz;


Seu doce, doce, de leite;


Seu dvd, não é meu!


Seu grito, irritante;


Seu carinho, consequência;


Seu cama, espaçosa demais para um;


Seu urso, um pingüim;


Sua tarde, longa;


Seu jeito, complicado;


Sua escova de dentes, verde limão;


Sua compreenção, quase impossível;


Sua compulsão, seu vício;


Seu prazer, sorvete;


Seu desejo... depende da fome!


Sua necessidade, carinho;


Seu defeito, tantos;


Sua unha, de estimação;


Seu ódio, sua dor;


Seu humor, inconstante;


Seu impulso, está em todo lugar;


Sua viagem, caxias do sul;


Seu número... só se forem dois!, quatro e oito;


Seu aniversário, seu desprezo;


Seu desenho, animado;


Sua escola, sempre a errada;


Seu estilo, próprio;


Sua pessoa, única.





Num retrato-falado eu fichado,
exposto em diagnóstico
Especialistas analisam e sentenciam:

Deixa ser como será!
Tudo posto em seu lugar
Então tentar prever serviu pra eu me enganar.
Deixa ser, como será!
Eu já posto em meu lugar
Num continente ao revés,
em preto e branco, em hotéis.
Numa moldura clara e simples sou aquilo que se vê!



terça-feira, 21 de agosto de 2007

Cara, amor só existe um!


Olhos pra te rever
Boca pra te provar
Noites pra te perder
Mapas pra te encontrar

Fotos pra te reter
Luas pra te esperar
Voz pra te convencer
Ruas pra te avistar

Calma pra te entender
Verbos pra te acionar
Luz pra te esclarecer
Sonhos pra te acordar

Taras pra te morder
Cartas pra te selar
Sexo pra estremecer
Contos pra te encantar

Silêncio pra te comover
Música pra te alcançar
Refrão pra te enternecer
E agora só falta você

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Um ladrão, dois ladrões

Desde que me conheço por gente acredito que não tenho o direito de julgar alguém, de julgar atos de alguém, simplesmente não acho justo. Não vejo maneira de julgar algo sem conhecer motivos, sem estar na pele da pessoa. Porém, teimosa que sou, mesmo sem achar certo, tenho que dizer que a partir do momento em que alguém provoca dor, sofrimento a outra pessoa, (quando não conhece principalmente) está fugindo do padrão de consciência.


O peso de uma arma, o peso de uma vida. O peso de uma vida, o peso de um desejo. O peso de um objeto de valor, o peso de um vício, de um enlouquecido capricho... o peso de uma vida.


Onde está o sentido em tirar a vida de alguém por um relógio bonito e pesado? O relógio não tem consciência, o relógio não sente dor. O relógio não tem alguém pra chorar pela sua ausência. Se eu não tenho o direito de julgar, como pode, neste mundinho de Deus, alguém roubar uma vida?


Fome, loucura, medo, frio, desculpas, loucura, um ladrão. Insanidade, dois ladrões, crime. O peso da consciência. O verbo anular, se anular.




(- pra escola)

Rotina

Engraçado meu jeito de pensar "Ah! Ele não vai vir!", me
enganando, pra ver se eu paro de esperar...



segunda-feira, 13 de agosto de 2007


Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e
na paz que eu mereço
que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada
porque metade de mim é o que penso
e a outra metade um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
que o convívio comigo mesmo se
torne ao menos suportável
que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
que me lembro ter dado na infância
porque metade de mim é a
lembrança do que fui
e a outra metade não sei.