segunda-feira, 23 de abril de 2007

Foram tantas as mesas que sentaram. O destino é indeciso. O destino a guiará para o mundo, para poder morrer feliz, sabendo que já sabe tudo, que de tudo já viu. Por tudo já se apaixonou, e esse tudo já largou... deixou pra trás. Versos contraditórios em seu caderno sem linhas dão forma a uma história de vida de uma moça de interior, que conheceu todas as pessoas do mundo, como se tivesse vivido várias vidas em alguns punhados de anos... vidas alheias, que ela tanto queria provar. Tanto queria saber como eram as vidas e as cidades e os varais depois do seu próprio varal. E essa moça sorri, ao lembrar de sua ânsia por pertencer a cada partícula do mundo, por pertencer a cada linha em cada mapa. E agora, ela era. Ela era dos sete mares, das mil e uma noites, dos oitenta e um dias de chuva e de sol, era todos os porta-retratos por onde passou, era uma estrela apagada lá em cima. Era todos os nomes por quem gritou, em noites de pesadelos, era todos os sonhos que fez parte, também. Era os gemidos dos seus amores deixados para trás, era cada endereço por onde deixou sua respiração impregnada nas paredes. Era cada centímetro, cada metro, cada quilometro de todas, todas mesmo, todas as cidades de que queria pertencer, todas as vidas e seus podres que queria agarrar em uma lufada acidental... e agora pertence. Ela virou imortal aos olhos do mundo, que com os mesmos olhos, a viu vagar sem rumo pelas escadas sem degraus que são os desejos.


Um comentário:

Baby, come on!