quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Além de mim

Era uma noite qualquer, de um dia qualquer, já era tarde, todos em casa já estavam dormindo e lá estava eu, cantando "And when i touch you i feel happy inside, is such a feeling that my love, i can't hide", rolava de um lado para outro na cama. Adormeci, não sei depois de quanto tempo, muito menos por quanto tempo, só sei que tive um sonho, mas não conseguia entender o porquê dele.
Havia uma menina, muito bonita, uma beleza e um jeito singular. Nos seus braços tinha um ursinho de pelúcia que parecia mais seu amigo do que um simples urso, devido ao jeito como ela o abraçava. Parecia que ele a estava escutando, mesmo, sem ter saído uma única palavra de sua boca, como se ele estivesse a abraçando e dizendo que tudo ficaria bem.
Ao lado de sua camahavia uma janela, era por ela que a menina olhava o céu. Um olhar de desespero, medo mas, ao mesmo tempo, de esperança. Parecia estar esperando por uma - ou milhares - estrela cadente, porém, como as chances eram pequenas, ainda mais aqui na cidade, ela se contentava em pedir às estrelas mesmo. Seus olhos brilhavam igual, ou mais, da estrela de brilho mais forte. Ela depositava toda sua esperança nas estrelas, como se elas realmente pudessem, e fossem, realizar seus pedidos e como se sua vida dependesse disso. E eu não duvido que dependesse.
Pude perceber que ela estava com problemas do coração, nada mais comum, porém, mais doloroso. Ela se irritava ao lembrar de seu primeiro amor; sabia que ele não tinha acabado, ou ao menos começado, sabia que tudo que aconteceu havia sido só porque ele não apareceu na hora certa, não sabia o que fazer pois tinha certeza de que não teria outra chance de tentar fazer dar certo. Ela tinha também em sua cabeça um outro menino, não sei quem era, sua segunda chance do amor ou, um simples amigo, mas ela estava com uma saudade absurda dele, queria abraçá-lo e se perder em seus braços e não na ecuridão duma noite ou em pedidos que ela fazia às estrelas.
A menina precisava de alguém ao seu lado. Naquele momento as estrelas e o urso eram seus únicos amigos. O brilho de seus olhos foram aumentando, e então, de seu olho uma lágrima escorreu, acordei. Olhei as estrelas, percebi então que aquela menina era eu e aquela escuridão me assustava.
Liguei para meu primeiro amor, quase via outro lágrima escorrer de meus olhos. A sua voz me acalmou, ah! como eu precisava dele! Um carneirinho, dois carneirinhos, três carneirinhos, quatro carneirinhos, boa noite dona estrela!

Um comentário:

Baby, come on!